Tenho a impressão cada vez maior que o maior medo do ser humano não são os monstros, a morte ou seres intergaláticos. O maior medo que temos é simplesmente crescer!
Sim, crescer!
Precisamos manter nosso espirito preso a autoridade. Precisamos de ordens, faça isso, diga aquilo, se comporte de tal maneira. Isso você pode, isso você não pode.
Temos um medo absurdo de crescer e por isso, apenas seguimos ordens. Tais quais adolescentes que foram ensinados uma vida sobre como e o que pensar mas que mostram rebeldia e “acham” que tem algum tipo de autoridade, seguimos.
A verdade é que nosso complexo de Peter Pan é eterno. Vivemos em bando e em bando bradamos nossas “verdades absolutas”.
Vejam o triste caso dos ativista que perdeu a vida nos EUA.
De um lado um maluco que não conseguia ouvir algo que não lhe agradasse e decidiu por fim a discussão da maneira mais covarde possível: não arguindo. Uma simples marionete.De outro um rapaz cheio de certezas, a maioria delas equivocadas na minha opinião, mas que estava lá, discutindo, gritando, gravando e publicando. Era um líder. Ou melhor, era o líder de outra falange de marionetes.
No meio, outras marionetes, algumas totalmente inanimadas que conseguem o inacreditável que é comemorar que algo ruim aconteça com seu semelhante e ainda tente se travestir pelo discurso “do amor e da liberdade”. Outras totalmente seletivas apontam dedos para seus detratores como se límpidos de alma fossem.
Comportamento típico de marionetes.
Quem morreu aquele dia não foi somente o ativista.
Quem morreu naquele dia um pouco do verniz de civilidade que ainda nos resta.Quem puxou o gatilho naquele dia não somente o menino maluco cheio de certezas justiceiras.
Quem puxou o gatilho foram as milhares de pessoas que todos os dias semeiam na internet intolerância, cinismo e covardia.Estamos vivendo em um mundo de brigas de marionetes.
Mas tem um problema central: os criadores das marionetes já não estão entre nós.
Agora são marionetes com certezas arraigadas no nada. Em coisa nenhuma. Se você parar com o espetáculo juvenil um imbecil x 20 imbecis e deixá-los sós, verão que o que os separa são preposições alheias. Intrigas impostas, cartas marcadas por quem nem está mais aqui.Em A Revolução dos Bichos, uma das maiores e melhores metáforas já escritas, os porcos resolvem que eles são os líderes. A grande maioria apenas se submete, afinal, eles são os líderes.
Entendeu a dicotomia? Eles são os líderes autoimpostos e autoproclamados e, agora, incontestáveis, mas de fato, nunca foram líderes.
Tem saída?
Sinceramente, não sei.
Em a Revolução dos Bichos, teve.
Mas eles eram bichos, bem mais evoluídos que nós… marionetes.