Sabe aquela sensação de injustiça que com frequência permeia pessoas, grupos, locais… enfim?!
Fenômeno estranho esse.Nessa semana, 3 exemplos.
Renato Freitas, deputado, polêmico, um dos poucos a apontar o dedo para corruptos e os chamar pelo nome que merecem: corruptos.
Renato, graças a seus confrontos, posicionamentos e atitudes, e também a um colegiado extremamente antagônico as suas causas traz a “sociedade” a impressão de que:
– Renato é violento.
– Renato apronta longe das câmeras.
– Renato anda em más companhias.Essa é a impressão “geral”.
Aí, vem o Renato, flagrado em uma briga de rua em Curitiba. Primeiro, em um vídeo editado, dá a impressão de partir para cima do algoz, “do nada”, e apanhar.
Depois, em novo vídeo, mais completo, os 2 discutem momentos antes e Renato, tenta fugir da briga, impede que o assessor parta para cima do homem, e vai sozinho para a briga.
Agora, mais vídeos aparecem, neles, Renato e o assessor espancam o mesmo homem em um estacionamento antes de toda a confusão anterior.
E aqui, sem juízo de valor.
Porque simplesmente não importa.
Racismo? Provocação?
Tanto faz. Renato é autoridade e como tal precisa dar o exemplo.
Não tem “mas” nessa equação.
Se foi vítima de racismo, se foi provocado, ele tem todo o sistema para lhe auxiliar.
Ele é deputado, o outro cara, não!Santa Catarina.
O que dizem sobre o estado? Racista. Xenófobo.
Boa parte de minha família é de lá e sei que isso não se aplica de fato, mas sim na narrativa.Mas aí…
Estádio de futebol.
Avaí X Remo.
Torcedora do Avaí grita insultos racistas e xenófobos.De novo: não é o todo. É a impressão confirmada no ato.
A senhora? Demitida! A impressão pega o todo.Se tivesse em qualquer lugar do Brasil, era “mais um caso”.
Como aconteceu, onde aconteceu, se torna um: “nunca falha”.COP 30.
Quase um bilhão de gastos.
Impressão da nossa síndrome vira-latas: não vai dar certo. Vai ser um fiasco.
Resultado: incêndio no final. Falta de infra-estrutura. Países-chave não comparecendo.De novo: um incêndio pode acontecer em qualquer lugar, lembremos de Paris.
Países como China e EUA já boicotaram outros eventos, normal.Aqui, a impressão vira confirmação.
A história, dizia Garcia Marques, se repete em ciclos.
E tal qual a Copa do Mundo de 2014.
O ciclo se repete.
Por melhor que seja um evento, a nossa impressão é que é ruim.Tem um zilhão de exemplos.
Práticos.
Pessoais.
De fato e de direito.Minha teoria:
Só estamos olhando pro lado errado.Sabe aquela história de que se você vai na casa de alguém e repara no pó do lustre nunca mais deve voltar lá? Não porque a pessoa não limpa, mas sim porque você está olhando o lado errado na visita. Você é o problema, não ela. Todo o resto da casa está brilhando, mas você, só olha para o lado que quer ver.
Acho que assim é com o mundo!
Sempre procuramos algo para confirmar um viés, uma impressão que já temos.
Somos pré-dispostos a algo, sempre procuramos jeitos diferentes de fazê-lo.Então, de certo modo, nossa impressão sempre irá se confirmar, não porque antecipamos algo, mas sim, porque procuramos algo que nos confirme!
O lobo que vai sobreviver é sempre aquele que você vai alimentar.