Ontem o dia não foi dos mais agradáveis para a imprensa, principalmente para a paranaense. Mas vamos começar com a principal, a Globo News perto das 17h estampou em seu GC a seguinte inscrição: “Avião da Pantanal cai em prédio comercial de São Paulo” e assim se desenvolveu até às 17h10 quando “milagrosamente” os jornalistas descobriram que não havia avião, não havia vitima e sim uma loja de colchões que simplesmente pegou fogo. Agora é claro que vem a pergunta básica, básica e básica do jornalismo: LEVANTAR OS DADOS, COMPROVAR A DENÚNCIA, OUVIR OS DOIS LADOS. Será que antes de colocar as imagens no ar nenhum produtor, um faxineiro que passava por alí pode dar uma ligadinha para a Pantanal: “Escute, aqui é o fulano da Globo, caiu algum avião de vocês hoje?”Não, ninguém fez isso, preferiu passar o vexame de dar um dos piores furos ao vivo da televisão na ânsia de “furar” a concorrência.
Aqui no Paraná a imprensa tomou um puxão de orelha (e dessa vez merecido) do secretário Mauricio Requião da educação. Primeiro Mauricio leu todo o texto da coluna do jornalista Celso Nascimento e provou que cada linha escrita não condizia com a verdade. Depois mostrou uma pauta que o jornalista Luiz Andreolli da RIC TV esqueceu em uma escola pública depois de uma matéria que falaria sobre as tais televisões laranjadas. A pauta extremamente parcial escrita pela jornalista June Meirelles procurava escolas em que as televisões não teriam utilidade e sem sucesso pedia para que o repórter a ajudasse, caso contrário o VT cairia.
Esses dois exemplos mostram explicitamente como podemos, devemos e temos que melhorar a qualidade do nosso jornalismo que a cada dia é invadido por novas tecnologias deixando os jornalistas quase que arcaicos. Alguns jornalistas tornaram-se “meninos de recado” do patrão, não que isso seja novidade, mas agora tornou-se público!