A sensação de impunidade que impera no Brasil talvez seja o melhor argumento, se é que há melhor neste caso, para o aumento da criminalidade entre jovens. Se antes a desculpa era social, esta cai por terra com a estabilização da economia, maior acesso a educação e condições cada vez melhores de moradia.
Se tudo este cenário é bom, por que então esse número cresce? A impunidade! Mas se as leis não mudam… Então… diante desse cenário só nos resta o caminho da desesperança? Agora, enquanto escrevo este texto, o ex-jogador e atual comentarista Edmundo estão sendo procurado pela polícia. Em 1995 ele foi responsabilizado por homicídio culposo de 3 pessoas, foi condenado há 4 anos de semi aberto, não cumpriu nenhum. O juiz expediu então o mandato de prisão, enquanto o advogado do atleta defende que o crime já prescreveu.
Mas então espera: eu sou loiro (isso é um auto bullying?) e demoro um pouco mais para entender, quer dizer que ele “mata”, não cumpri a pena que lhe foi imposta e agora, depois da ameaça de prisão ele simplesmente não quer pagar nada? Pode isso Arnaldo?
Não, a regra é clara! Ao menos deveria ser. Cometeu crimes tem que pagar, em vida! Nada de deixar por conta do diabo um serviço humano. A impunidade mostra suas garras em recursos diferentes em diferentes varas, diferentes tribunais. Na entrevista desta semana da revista Veja, o ministro Joaquim Barbosa, aquele que o deputado mandou tomar cuidado para não cair na mão do “pretinho do tribunal”, expôs sua opinião sobre o sistema judiciário brasileiro: “é bem rigoroso com pobres e negros”!
Pagar sua pena pós condenação é o mínimo que se espera de qualquer democracia séria, de qualquer sistema judiciário minimamente consolidado, de um país que espera que seu povo se orgulhe do sistema judiciário que lhe atende.
A verdade é que tudo gira em torno da maneira com que as leis são dispostas para beneficiar alguns interesses, para atrasar, afinal, elas foram feitas de maneira tão minuciosas que abrem margem para tantos recursos que o principal deles, o mais relevante, o recurso da Justiça, fica para a última instância, isso quando não prescreve!