Onde está a gentileza? Por que as pessoas não aprendem mais com suas mães a dar lugar para os idosos, ajudar cegos a atravessar a rua, carregar sacolas, fazer benesses? O que mudou? Por que e desde quando nos tornarmos extremamente individualistas? Quando o dinheiro passou a ser o senhor de nossas vidas?
Diariamente abrimos os jornais e damos de cara com crimes bárbaros motivados por trocados sujos, corrupção sustentada no sofrimento dos oprimidos, mentiras, traições, barganhas, vergonha!
Há um velho vídeo “susncreen” que foi traduzido para o Brasil por Pedro Bial, o vídeo é lindo, trás uma mensagem belíssima e diz que algumas verdades são imutáveis, como aquelas de que sempre acreditaremos que no passado os políticos eram honestos, os preços justos e os jovens respeitavam os idosos. Não vivi este tempo.
No meu tempo, Sarney era presidente, então, jamais alimentei falsas esperanças com relação à política. Quando eu era criança estava acontecendo o racionamento, haviam os fiscais do Sarney e a inflação era galopante, portanto, jamais tive ilusões quanto ao preço das coisas. Quanto aos mais jovens respeitar os idosos…eu respeitava. Lembro que minha mãe costumava apenas me dar um olhar certeiro ao menor sinal de falta de educação, mas esta também não era verdade absoluta entre meus amigos.
Ainda falando sobre minha mãe, ela me deu um ensinamento que jamais esqueci e que tirou de várias encrencas, diz ela que o desprezo valia mais que um tapa no rosto. Ela tem razão. Nunca briguei fisicamente com ninguém, mas já fiz várias pessoas repensarem seus atos frente ao meu desprezo.
É claro que errei, quem não erra, mas jamais dei tanta importância aos erros que me fizessem desistir de tentar, tentar e tentar novamente. Sempre tive consciência que há milhares de pessoas piores e melhores que eu, mas que isso em si não implica nem sucesso e nem fracasso algum. Procurei ser fiel aos amigos e da mesma forma esperei a reciprocidade, muitas vezes ela não veio, mas não é um negócio, deve ser um prazer.
Por fim, termino este devaneio lamentando a sociedade em que vivemos, de luto junto com a família Maeda que perdeu a família de maneira estúpida, assassinada por gente, que não teve a sorte de ter ensinamentos como eu tive e tão pouco vontade de tê-los por si só. Termino este texto chorando junto as “mães do crack” tão bem retratadas na revista Veja desta semana, termino, sinceramente, ainda crente que um dia velhos hábitos voltarão e quem sabe, a partir daí, a insanidade humana, a bestialidade a que estamos submetidos sejam suprimidas pela atenção, compreensão, perdão! Quem sabe!? Sonhar ainda não é proibido, ou é?!
No programa de rádio que fazia parte junto com outros colegas, quando expressava esse tipo de opinião o elenco costumava gritar: “Acorda Ediney!”, agora respondo: “não, não quero acordar!”
Relembre o vídeo!
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