co·op·ta·ção
(latim cooptatio, -onis)
substantivo feminino
Ato de cooptar.
Li, vi, assisti, sei lá em algum lugar que a culpa das constantes brigas que estamos tendo é culpa da elite emergente do Brasil que trocou o ato de jantar pelo ato de “churrasquear”. Ainda que tenha um “quê” de preconceito, a simbologia me parece muito correta.
A ideia é a seguinte: antes os grandes poderosos do país, as pessoas em geral, se reuniam em torno das mesas para jantar e ali aproveitavam para discutir, falar, divergir e convergir, não se levantava da mesa quando o assunto não agradava, simplesmente se ouvia e, em seguida, a opinião contrária era colocada.
Com a troca da janta pelo churrasco, os talheres foram trocados pelas mãos, afinal, pão com carne e maionese não requer uma sofisticação maior que essa. As grandes mesas foram trocadas por pequenos grupos que, em pé, comendo e bebendo, falavam, expunham sua opinião e quando alguém no grupo não gostava do que ouvia, simplesmente trocava de grupo e assim sucessivamente, acabou o confronto.
discussão
1. Exame de uma questão em que tomam parte várias pessoas.
2. Polêmica.
3. Controvérsia.
4. Questão.
5. Desinteligência.
Trocamos um mundo que discute por um mundo que aponta dedos. Discutir não é sobre brigar. Discutir é sobre conversar, ponto de vista. Discutir é sobre ouvir algo que lhe pareça absurdo com a mesma tranquilidade que se ouve algo que se concorda, discutir é não levantar da mesa quando não se concorda com algo, mas sim, aguardar a finalização da sentença e, em seguida, expor a sua visão. No final, A não concorda com B, porque o próprio orgulho não deixa, mas isso não impede que a semente da mudança seja plantada, apenas um “e se …”.
verdade
(latim veritas, -atis, verdade, sinceridade, realidade)
1. Conformidade da ideia com o objeto, do dito com o feito, do discurso com a realidade. ≠ ERRO, ILUSÃO, MENTIRA
2. Qualidade do que é verdadeiro. = EXATIDÃO, REALIDADE
3. Coisa certa e verdadeira. ≠ ILUSÃO, MENTIRA
4. [Por extensão] Manifestação ou expressão do que se pensa ou do que se sente. = AUTENTICIDADE, BOA-FÉ, SINCERIDADE ≠ MENTIRA
“Segundo uma lenda do século XIX, a Verdade e a Mentira se encontram um dia. A Mentira diz à Verdade:” Hoje é um dia maravilhoso “! A Verdade olha para os céus e suspira, pois o dia era realmente lindo. Eles Passaram muito tempo juntos, chegando finalmente ao lado de um poço. A mentira diz à verdade: “A água esta muito boa, vamos tomar um banho juntos!”
A verdade, mais uma vez desconfiada, testa a água e descobre que é realmente está muito gostosa. Eles se despiram e começaram a tomar banho. De repente, a Mentira sai da água, veste as roupas da Verdade e foge.
A Verdade, furiosa, sai do poço e corre para encontrar a Mentira e pegar suas roupas de volta. O mundo, vendo a verdade nua, desvia o olhar, com desprezo e raiva.
A pobre Verdade volta ao poço e desaparece para sempre, escondendo-se nela, sua vergonha. Desde então, a Mentira viaja ao redor do mundo, vestida como a Verdade, satisfazendo as necessidades da sociedade, porque, em todo caso, o Mundo não nutre nenhum desejo de encontrar a Verdade nua”.
A verdade não é sobre ter razão ou não, é sobre fatos. Existe o meu lado, o seu lado e a verdade, implacável.
Cada um de nós tem a sua história e sua luta. Cada um de nós luta com traumas ou experiências pessoais que tornam esse ou aquele fato mais confortável.
Cada um de nós encontra seu porto seguro de maneira diferente, ele está sempre lá. É bom pertencer. É bom encontrar eco para nossas verdades.
O que é absolutamente igual em todos nós é o fato incólume e, muitas vezes inexplicável, de que, não importando como somos, quais são nossas crenças, há pessoas que nos amam, e assim vão continuar em dias fáceis e difíceis. Essas pessoas não nossas inimigas, ainda que falem aquilo que não queremos ouvir, não concordamos ou simplesmente repudiamos.
respeito
1ª pess. sing. pres. ind. de respeitar
(latim respectus, -us, ação de olhar para trás, espetáculo, atenção)
1. Sentimento que nos impede de fazer ou dizer coisas desagradáveis a alguém.
2. Apreço, consideração, deferência.
3. Acatamento, obediência, submissão.
4. Medo, receio, temor.
Como respeitar aquilo que nos afronta?
Fácil.
Respeitando.
Ok, não é fácil. Mas é obrigação. Respeitar é se dar ao trabalho de ao menos tentar entender. Respeitar é tentar. Respeitar é colocar numa balança o “quem” junto com o fato. Respeitar é simplesmente fazer aquilo que aprendemos (a maioria de nós): ouvir quando for hora de ouvir, falar quando for hora de falar. Dois ouvidos e uma boca, lembra?
Não há facilidades em uma vida de sociedade.
Não há tranquilidade na divisão bélica.
Mas, sempre há de haver, empatia.
Ela é chave.
Empatia.
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