Estudantes e polêmicas

Ao contrário do que eu estava escrevendo dias destes, hoje tem tanto assunto por comentar que nem sei sobre o que escrever, mas vejamos, dia 31 de março foi o dia do aniversário da Revolução Militar de 64, uma época mais do que batida nos meios de comunicação, até eu mesmo já escrevi sobre isso apesar de não passar de um projeto no corpo do meu pai a época com 8 anos. Tenho um amigo que é Coronel da Reserva, um senhor de muito respeito a quem nutro grande estima pela pessoa que é. Ele vive me criticando que falo sobre coisas que eu não sei, não vivi e não pesquisei. Sim, eu pesquisei, mas talvez as minhas fontes não sejam tão confiáveis quanto as dele, talvez esteja redondamente enganado sobre tudo aquilo que atribuo como verdade, mas o faço munido da maior consciência de que estou transmitindo a verdade inerente dos fatos.
Bom, mas voltando aos tais assuntos que tanto chamaram a atenção e que me levaram a elucubração acima, ontem uma manifestação de alunos do Colégio Estadual do Paraná no tubo do ligeirinho na Travessa da Lapa, gerou a maior confusão, enfrentamento com a guarda municipal, denuncia de abusos e a participação direta da União Paranaense dos Estudantes. Órgão que veio perdendo sua força com o fim da ditadura militar.
OS FATOS

  • Um grupo de alunos do CEP se reúnem em um protesto para exigir passe escolar para todos os estudantes de Curitiba.
  • Não chamaram a imprensa para cobrir
  • Não havia mais que 50 alunos para o tal protesto
  • A presidente da UPE diz que os Guardas Municipais partiram para cima dos alunos quando eles invadiram o tubo usando de força bruta, usando o choque elétrico e algemando dois deles e colocando no camburão. A presidente afirma também que os alunos só invadiram o tubo motivados por outros adolescentes que não estavam uniformizados
  • a Guarda Municipal desmente completamente a história, diz que sequer houve enfrentamento, o que houve é que ao ver a invasão do tubo, o cobrador chamou dois guardas que chamaram mais seis, ao ver os oito guardas os adolescentes saíram correndo apavorados e um deles caiu e foi pisoteado pelos demais
  • um jornalista da Gazeta do Povo, passava pelo local e viu a cena e afirma categoricamente que os guardas agiram com truculência, usaram de violência e desmentiu o relato da polícia.

Visto isso… o que há de diferente entre a revolução e os tempos de hoje, eles faziam protesto, hoje também se faz. A polícia agia com brutalidade, hoje também. A imprensa não noticiava, hoje noticia, eis a diferença. Somente a imprensa pode dar a uma estudante secundarista a mesma altura de voz que um coronel que comanda a guarda. Só a imprensa pode descrever os fatos acima para que o leitor faça o seu próprio juízo de valor, pelo menos a imprensa séria.
Resumo dos fatos: evoluímos muito pouco para quem quer ser um exemplo de democracia na América Latina.
Ah… em tempo, sabe aqueles patinetes que a prefeitura de Curitiba comprou por R$ 25 mil? Pois é chegou alguns minutos depois de tudo ter acabado.

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