Blog do Ediney

Julius Stranger: o dono do mundo – 2t Ep2

Havia mais de 6 horas que o Presidente estava tentando tirar informações de Julius, já suplicava a volta dos serviços e se via em um beco sem saída. Ou libertava o homem ali na sua frente ou o caos seguiria instaurado, mas, não havia qualquer garantia da volta dos serviços, que ele não sumiria novamente, ou pior, que ele não denunciaria o próprio país frente aos seus parceiros. Certamente as ações americanas seriam responsáveis por todo o caos, a decisão não era fácil.

James Hilton era veterano de exército e fora eleito 3 anos antes com a promessa de tirar os EUA da dependência de um “criminoso” procurado. James, na verdade, nem tinha nada contra Julius, apenas encontrou a oportunidade e o público certo. As teorias se multiplicavam: Julius era o próprio Lúcifer, filho dele, o anti-cristo. Todos viam em seus equipamentos ou nele próprio a marca da besta. Vídeos mostravam os “pais” de Július como líderes de uma seita satanista que buscava fiéis para o propósito do diabo. Hilton não era nem Republicano, nem Democrata, essa divisão já estava fora de moda há muito tempo, mas, pela primeira vez, alguém de fora conseguiu a eleição.

Os generais opinavam:

– Solte!
– Continue com ele preso!
– Torture.

Hilton, que nunca fora alguém de opiniões firmes, ponderou, pensou, repensou até que foi avisado sobre o sumiço de seu filho, James Hilton Jr, tentou contato por fone, não havia fone, internet ou qualquer outro modo de comunicação. Um papel escrito chegou ao serviço secreto, com uma letra típica de quem não escrevia, afinal, quem escrevia naqueles tempos?

Nela falava-se da morte do garoto caso os serviços não voltassem a operar. O Presidente estava acuado. Era claro que aquilo não era armado por Julius, ele não saberia que o Presidente estava naquele local, naquela hora, estava preso fazia muito tempo, eram os agentes ou militares, só podia ser.

De repente o Presidente foi tomado pelo terror. Estava cercado, era um comandante sem exército, ou pior, com conspiradores que juravam lealdade.

Hilton, pediu para todos saírem, sob protestos dos assessores mais próximos desligou qualquer comunicação, sentou ao lado de Julius e sussurou.

– Quer sair?
– Quero.
– Ligará as comunicações?
– Talvez. Não sei se devo.
– Só te libero se prometer.
– Talvez não deva me liberar. Aqui, não sou um perigo para ninguém.
– Então, faça o mundo voltar a funcionar, passe o controle as minhas mãos.
– Não posso. Tudo é grande demais para um governo. Você se corromperia. Eu mesmo fiquei próximo disso.
– Meu filho corre perigo. Me ajude.

Stranger olhou horrorizado para o Presidente. Não entendia o que aquilo queria dizer, mas sentiu naquelas palavras não um pedido, mas medo. Alguém com medo de perder quem ama.

Reconheceu o sentimento. Era íntimo dele. Lembrou dos pais. Estavam seguros, mas até quando? Naquele momento odiou a si mesmo e o momento que fez a maldita descoberta. Uma máquina de probabilidades reais. Que diabos… o futuro uma tela que poderia ser corrigida, o passado um livro sem censura. Era poder demais.

– Me libere. Quero um carro século XXI, desses que tem no museu. Quero sua garantia que não serei seguido. Saiba, provavelmente nunca mais me verá. Não me deixarei ser encontrado novamente. Essa é a sua última chance de me prender, essa decisão moldará o futuro. A única coisa que posso afirmar. Sou do bem. Quero o bem. Infelizmente a maioria de nós nunca está satisfeita com isso, por isso, há distúrbios.

Quando chegar, quando estiver longe e seguro, religarei tudo, mandarei uma mensagem ao mundo com alguma desculpa esfarrapada, tentarei diminuir as coisas ruins ao máximo. Não sei se terei sucesso.

– Vá!

– Um Cadilac 1958 que estava parado no Museu de Espionagem foi o veículo que o Dono do Mundo usou para ser visto pela última vez. Até houve uma tentativa de segui-lo com drones, mas, Julius não era pessoa que se deixava ser seguida. Também, já sabia que utilizaria aquele mesmo carro, bastou apertar um botão secreto para que sumisse de qualquer tentativa de visualizar seu paradeiro.

Era 21h33, horário de Washington, DC,  quando todos os serviços, de todo o mundo estavam de volta, em pleno funcionamento. As multidões se acalmaram e foram para suas casas. Era hora de contar mortos e feridos, era hora de governos se explicarem. Era hora de Julius preparar o seu próximo passo.

Continua…

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Primeira Temporada:
Capítulo 1
Capítulo 2

Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6

Segunda Temporada:
Capítulo 1

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