Quando a empáfia mata


Somos do terceiro mundo, somos inferiores, somos menos evoluídos, tempos problemas com a inteligência, não sabemos nos portar, etc, etc, etc. Estes e outros milhares de adjetivos nos são colocados por povos ditos superiores, pela neura que tomou conta deles, perdemos gente, somos discriminados e não servimos para nada mais do que marcarmos gols ou ainda limparmos suas casas e aceitamos isso com total subserviência porque queremos ganhar dinheiro, dinheiro que não ganharíamos no Brasil. E se eu disser para você que a Inglaterra baseada na neura, na empáfia matou um brasileiro de 04 anos? Exagerado? Talvez! Para quem não lembra do caso: o menino Edygleison ficou conhecido por causa da quase épica batalha que proporcionou ao mundo para provar que os pais não mentiam, que ela criança, não mentia. O pai e a madrasta Flávia Aline Boreski fugiram da Inglaterra em agosto de 2006 porque, ao levarem o menino a um hospital da cidade de Grymsbi, foram acusados de agressão. Edygleison apresentava manchas roxas e avermelhadas na pele. Os sinais, na verdade, eram sintomas da doença rara, a síndrome de Wiscott Aldrich. Desde então os pais travaram uma epopéia para tentar trazer o menino de volta ao Brasil, enquanto o país “extremamente superior ao nosso” tinha dificuldades em assumir o erro. Foram quase dois anos de espera, anos que custaram a vida do menino. Ele precisava com urgência de um transplante de medula óssea, após retornar a terra natal, exames feitos, doador encontrado nos Estados Unidos. O hospital de Clinicas de Curitiba tratava da criança enquanto preparava tudo para a cirurgia, não deu tempo! Na noite de terça-feira o menino não resistiu e faleceu após ter o lado esquerdo do corpo paralisado.
O pai da menino inconsolado reclama, chora, mas agora em vão, qualquer pedido de desculpas, qualquer forma de reparação por parte dos “superiores” não irão trazer o seu menino de volta. Assim como o caso Jean Charles de Menezes o caso irá cair no esquecimento, a terra da rainha irá proteger os seus filhos enquanto “os selvagens do terceiro mundo” tentam mentir e difamá-los. Irão prometer investigação rigorosa, irão até quem sabe ter encontro de chanceleres de ambos os países para posarem para as lentes do mundo todo sorrindo como se a amizade lhes fosse corriqueira. Mas as coisas não irão mudar: o terrível sentimento de culpa e perda que o pai do menino trás em seu peito e o novo endereço de Edygleison: o cemitério de Umuarama no interior do Paraná, bem longe do Big Ben que por um ano e dois meses contou os minutos da vida do menino que iam diminuindo.

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