Hoje vindo tranqüilamente (se é que se pode vir tranqüilamente no trânsito de Curitiba) para o trabalho vi duas cenas bastante comuns em nosso dia-a-dia: um carrinheiro que aparentava cerca de uns 35, 40 anos e trafegava com seu possante na Rua Marechal Deodoro, até que um cidadão de sanidade questionável começou a buzinar incansavelmente como que se quisesse que o carrinheiro simplesmente levantasse vôo e saísse da frente dele, como se o carrinheiro não tivesse o direito de invadir aquele espaço de asfalto previamente reservado para os abastados que compram seus carros e os tornam senhores incontestes daquele espaço.
É assim também nas noites curitibanas quando os lixeiros estão fazendo o seu trabalho do dia-a-dia, mantendo a cidade limpa para que os mesmos abastados e senhores das ruas possam dizer em viagens ou velhos clichês que Curitiba é a “Europa” do Brasil, a cidade “mais limpa” do Brasil e que apesar de ter um povo fechado, é um povo “educado a moda européia”.
O dono da Bola
Como não são muitos os que lêem os comentários, reproduzo abaixo a reprovação do colega jornalista Tramujas Junior quanto a opinião exposta neste espaço, segue:
- Tramujas Jr disse…
-
Infelizmente neste caso tenho de discordar, assim como discordei do foco dado pela matéria da Folha de São Paulo.
Chamar de “apartheid” como fez o diário paulistano é desconhecer a realidade de Curitiba.
Pergunte aos lojistas e frequentadores dos Shoppings Estação e Curitiba o que eles têm a dizer a respeito de algumas gangues que frequentam estes locais nos finais de semana para promover o famoso “arrastam”. Realizam um assalto em bandos, sem dó nem piedade aos lojistas e clientes que por ali transitam.
Eu já vi um ato destes ocorrer no Shopping Estação em plena tarde de sábado. Eram mais de quarenta destes cercando um casal, no caso vítima, e somente três seguranças para conter. E a polícia você diria?! Pois é, chegou horas depois quando estes já faziam parte da multidão.
Não sou louco de dizer que todos que se vestem desta forma cometem este ato ilegal. Só que como algumas quadrilhas têm utilizado este “disfarce” para cometer crimes e estes têm se tornado frequentes é comum que exista um certo medo de que se espalhe também para o novo shopping.