Hoje, 16 de maio de 2024, enquanto escrevo esse texto, estou me perguntando sobre a finitude do ser. Não da vida. Essa, todo mundo já pensou sobre. Já fez frases sobre. Mas, sobre a finitude do que nos tornamos. Quem somos. Por quem somos reconhecidos.
Hoje, o Brasil perdeu 3 caras muito grandes do jornalismo esportivo. Silvio Luiz, Antero Greco e Apolinho. Aqui, no lugar onde trabalho, apenas 3 das 12 pessoas com as quais convivo diariamente sabiam quem eram essas pessoas. Pessoas famosas e que marcaram época.
E você que não é famoso e nem marcou época será lembrado por quantas pessoas? Por quanto tempo? Podemos fazer um exercício básico. Passe pelas ruas de um bairro qualquer e veja os nomes. Você sabe quem era essa pessoa? Aposto que não.
As pessoas que souberam da vida, da existência dela, ainda lembram? Ainda existem? Passaram essa memória para frente?
Outro dia falava sobre isso com o amigo Geison, ele arguia que a internet, os blogs, as redes sociais podem ajudar na perenidade do ser. Que se antes o tempo se encarregava de apagar o passado, a tecnologia se encarrega de mantê-lo vivo.
Pode ser. Tem nexo pelo menos, mas, e repito, na vida sempre tem o “mas”, as impressões que a tecnologia guardou, são a pessoa?
Vou me usar de exemplo.
O que escrevo hoje, reflete o meu de hoje. As pessoas que convivem comigo irão morrer. Antes ou depois de mim. Se tudo der certo, morro alguns anos depois da chegada dos meus netos que serão a última pessoa a conhecer o meu eu verdadeiro. Eles, meus netos, talvez falem sobre mim para seus filhos. Mas os seus filhos não falarão de mim para os filhos deles.
Nesse momento a finitude do meu ser morreu para sempre?
Isso é problema?
Quanto deve existir um ser?
As pessoas que se vão nos deixam menores simplesmente porque com elas, morre também um pedaço da lembrança que existimos.
Então, também morremos.