Uma quinta-feira qualquer

Em uma quinta-feira à tarde, o que pode acontecer?
Tudo.
Nada.

Tudo para você.
Nada para o outro.

Uma quinta-feira qualquer pode ser o sonho de alguém que vive em quintas infernais.
Uma quinta-feira qualquer pode ser a última quinta de alguém.

Numa quinta-feira qualquer há espaço para perdão, para rompimento, para casamento.
Numa quinta-feira qualquer alguém perdeu um amor, outro ganhou uma vida.

As pessoas dão pouco valor as quintas.

Taí um dia bom para começar as férias: quinta-feira.

Sem prazos, sem contas, sem horários, sem querer saber a previsão do tempo.
Só há a quinta-feira.

Quinta-feira é a vida.
Porque ela sempre acontece.

A quinta-feira não é modorrenta como a segunda e também não é espalhafatosa como a sexta.
A quinta-feira é única, assim como a vida.

Ela não é ruim demais.
Ela não é boa demais.
Ela só é.

Uma quinta-feira pode ser o melhor dia da sua vida.
Mas também pode ser o pior.

As pessoas dão pouco valor as quintas.

Essa é a verdade.

O universo todo cabe em uma quinta-feira à tarde.
Ela é terna.
Ela é segura.
Ela dá medo.
Ela revolta.

Ela é quinta-feira, a tarde, claro.

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