Algumas discussões realmente não fazem sentido. Outras são defendidas de maneira tão apaixonada que elas mesmas se tornam uma espécie de mantra da vida das pessoas. As decisões seguem no mesmo padrão e dias destes a sociedade brasileira se viu em meio a mais uma polêmica: o tal livro do MEC que “ensina errado”.
Ouvi diversos professores amigos meus, assisti a algumas entrevistas do ministro da educação e cheguei a seguinte conclusão: o livro realmente não é bom. E como cheguei a esta conclusão? É sobre isso que discorrerei a seguir.
Na comissão do MEC, o ministro comparou aqueles que criticam o livro a Mussolini, ou melhor, ele classificou aqueles que criticam o livro como sendo pior que Mussolini, porque este ao menos lia para criticar, algo que até agora não foi feito.
Mas o senhor Ministro esquece que não navega em águas tranqüilas há muito tempo. Nem lembro mais quantos ENEM’s (é assim que se escreve no plural?) deram problemas. É da pasta do nobre Ministro também a tentativa de taxar e proibir As Caçadas de Pedrinho de Monteiro Lobato como um livro racista, então senhor Ministro, por mais injusto que estejamos sendo, o senhor tem um passado que no mínimo o condena.
A questão do “ensinar errado” é polêmica e como tal desperta opiniões apaixonadas. Minha amiga, que é professora, Scheila Ribeiro, disse-me para não desvalorizar a profissão dela, que livros por si só não ensinam, que ela é contra a metodologia, mas que a principio a discussão está mais acalorada do que devia.
Simples assim, os professores ensinam, livros ajudam! Show! É isso mesmo, e a questão é ainda mais minimalista, o MEC, ao incentivar que o professor utilize como base um livro que não ensina errado, mas também não o condena, está incentivando a comparação por baixo.
Quando nivelamos nosso ensino por baixo estamos elevando a educação brasileira em números. Assim, não tiramos mais pontos por erros no plural, aumentamos a sua nota. E ao aumentarmos a sua nota de maneira artificial podemos dizer aos quatro cantos quanto nosso ensino prosperou.
Agora me diga: em uma entrevista de emprego, por exemplo, quem você irá contratar o cidadão que escreve “Nóis pega” ou alguém que escreveu certo? E cuidado; com o fim da obrigatoriedade do diploma de jornalista nas redações é bem possível que esse tipo de grafia esteja presente em algumas páginas disseminando ainda mais a cultura popular outrora ensinada em livros que “ensinavam errado”
Quase encerrando o pensamento, também não me sinto muito a vontade com a sociedade brasileira criticando tão veementemente este livro ao par que dá milhares de acessos a um rapaz show (e realmente ele é muito bom) chamado Felipe Neto que berra palavrões para expressar sua opinião, para mim, isso realmente não faz sentido!
Para quem ainda não conhece o rapaz, segue uma palinha, ou palhinha, ou sei lá, escolha…
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