Uma dúvida que sempre aparece ao final de todos os carnavais:
Iremos tirar ou colocar a fantasia?
Trio elétrico, carros alegóricos, plumas e paetês e lá está você no ritmo do “ala la ô…” querendo que nunca mais acabe aquela festa em que você pode finalmente “se soltar”, não importa o bendito trânsito. Sua preocupação é se a cerveja está acabando, se você vai se atrasar ou não para o jantar, desfile ou ainda quanto tempo você consegue ficar acordado vendo seu programa de tv preferido.
Pós carnaval você entende o significado do “tudo passa, tudo passará”, congestionamento, contas, último dia para ter o incrível desconto de 6% no IPTU. Filhos na escola, “droga, tenho que comprar o material escolar”. Tem que arrumar o carro, cuidar da conta da empresa, entregar o relatório e por Deus, aquele fedelho novo na empresa está querendo o seu lugar.
Quem é você? O do carnaval ou o do dia a dia. Me dirão os céticos que ambos “são você”, cada qual em seu tempo. Será? No carnaval você tem a capacidade de enfrentar problemas de bermudas, saias e sorrisos. No trabalho a sua gravata aperta o seu pescoço como o salto lembra que você tem que manter o “alto nível”.
Dia pós dia vestimos diversas máscaras para tentar impressionar, ganhar, vencer, não envergonhar. No dia a dia você dança o que tocam, são poucos os que tem o controle do som. Tente lembrar de quantos ao seu redor estão realmente felizes com o que o destino e eles mesmo proporcionaram.
Quando você era criança você sonhava em fazer o que faz? Eu não. Aliás nem existia internet quando eu era moleque, sonhava em cobrir guerras como jornalista, apresentar o jornal nacional e denunciar os abusos dos políticos.
Só consigo denunciar os abusos dos políticos, porém descobri que não adianta nada. As pessoas simplesmente não se importam. Cada qual faz um plano para sua própria vida e ele não deve sair daquele caminho nunca. Aprender ficou cada vez mais difícil, aos poucos tudo vai se tornando cansativo demais.
Algumas mudanças no caminho com certeza são melhores do que prevíamos, outras simplesmente já não temos mais tempo ou paciência para mudar. Sabemos o que precisamos e se conseguimos, fechou! As festas de clubes, os trios, as viagens, as fantasias de repente e assim, não mais que de repente ficam distantes, quase inatingíveis. Problema? Não. Simplesmente não é mais a fantasia que pensávamos vestir quando queríamos ser bombeiros, prender bandidos ou ainda jogar junto com o Falcão na seleção. Fantasias que um dia queríamos!