A cultura nunca foi o ponto forte do Brasil. Gostamos de festas populares porque elas são essencialmente festas! Temos muitos teatros em Curitiba e a maioria deles fica a maior parte de seu tempo ocioso com exceção do Guaíra e do Lala Schenneider os demais ficam esperando seus espetáculos caírem no gosto popular, para quem sabe um dia se apresentarem no Guaíra. Nesse feriadão tive a oportunidade ver a alienação se manifestando bem na minha frente: Na quinta- feira pude assistir a peça “Mamãe Não é Papai” no Teatro Barracão EnCena, teatro com 30% da lotação, cenário e texto razoáveis. Assisti também “Mãe Coragem e Seus Filhos” um texto de Bertold Brecht encenado pela global Louise Cardoso! Teatro da Reitoria Lotado, texto maravilhoso, cenário e interpretação no máximo razoáveis ! Assisti por fim “O Noviço” no teatro Fernanda Montenegro. Teatro com 50% da lotação, texto razoável interpretação e cenários impecáveis!
Entre todas estas peças qual você acha que foi aplaudida em pé com o popular “bravo, bravo!” ? É claro que é a peça da atriz global. A peça conseguiu matar o texto de Bertold Brecht, a atriz não devia ter acordado em um bom dia porque não é possível alguém ter se tornado sucesso com aquela atuação. Ao final ela nem mesmo agradeceu ao público que bateu palmas por uns dois minutos ininterruptamente. Naquele momento presenciei a alienação.
As outras peças que assisti eram tão boas quanto a peça da global, mas não eram globais. As outras peças eram no mínimo tão boas quanto a da carioca, mas elas eram paranaenses.
Banalizamos o bravo a medida que “o damos” para todos que simplesmente um dia apareceram na televisão, na Globo ou ainda participaram durante 3 meses do BBB e a partir daí são celebridades! Não estou defendendo que os paranaenses deveriam ganhar o “bravo” mas sim que todos o “ganhassem” a medida que o merecessem e não em todo e qualquer final!