Blog do Ediney

Cabrini preso: Um ídolo na berlinda

O jornalista Roberto Cabrini, um dos maiores ícones do jornalismo investigativo no Brasil está preso em São Paulo sob a acusação de tráfico de entorpecentes. Segundo a polícia o repórter foi abordado com 10 papelotes de cocaína no porta-luvas no momento em que estava acompanhado de uma mulher. Depois de preso a mulher foi ouvida na condição de testemunha e depois foi liberada.
O jornalista disse através de um bilhete que entregou ao seu amigo e também jornalista Carlos Cavalcanti que estava sendo perseguido e vítima de uma armação, quando foi preso seguia uma pista para uma reportagem sobre o PCC. A Rede Record confirmou a versão do jornalista e disse que constava em seus registros que o repórter estava fazendo realmente uma matéria.
Hoje a mulher que estava com Cabrini resolveu dizer que era amante dele há 3 anos e que o repórter era usuário de drogas. Cabrini em seu depoimento disse que jamais fora amante dela, que usou cocaína apenas uma vez para provar a ela que o clima amistoso permanecia e que foi ameaçado com armas várias vezes. Cabrini não aceitou o pedido do delegado para que ele se declarasse dependente químico para poder ser liberado.
Um ídolo na berlinda:
Roberto Cabrini faz reportagens investigativas desde que me conheço por gente, foi através de suas reportagens que conheci muitas guerras, histórias de traficantes, notícias exclusivas e claro, a celebre caçada e entrevista de PC Farias, o então brasileiro mais procurado da história, foi através da matéria de Cabrini que o mesmo foi preso. Também foi a Roberto Cabrini que Collor deu a primeira entrevista depois de deposto do governo quando estava no Sbt.
Ele já passou pela maioria das grandes emissoras do país, foi correspondente internacional da maioria delas. Saiu da Globo foi para o Sbt, assumiu o Jornal da Noite da Band e recentemente foi contratado pela Record.
Cabrini sempre despertou sentimentos antagônicos, era competente, mas se fazia sensacionalista. A sua prisão representa um grande baque para muitos jornalistas de minha geração. Se eu pudesse apontar uma data para a qual resolvi dedicar minha vida ao jornalismo, certamente seria o primeiro de maio, em que Cabrini anunciava com a voz embargada a morte de Senna. Ele sempre teve a coragem que todos deviam ter na profissão, sempre teve audácia e astúcia e principalmente respeito por todas as suas fontes.
Culpado ou inocente. Só o tempo irá nos dizer, mas o que se sabe é que se comprovadas as acusações contra o repórter o jornalismo perde muito mais que o próprio Cabrini.
Veja a chamada de Cabrini na Estréia dele na Record:
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