O Brasil como qualquer sociedade que galga postos maiores no cenário mundial ainda tateia de maneira bastante tímida com coisas que não conhece muito bem, uma delas é a democracia. E aqui não faço uma defesa velada a liberdade de expressão de jornalistas, não. Na minha opinião os próprios jornalistas ainda lidam mal com a liberdade de expressão.
Em Curitiba tivemos vários casos, no meu último post falei sobre isso. Começa a se tornar repetitivo, o que é preocupante. Semana passada, o jornalista da Rádio Banda B, Osmar Antonio, foi proibido de exercer sua profissão, repórter de campo no principal jogo do campeonato paranaense: o Atletiba. A justificativa, se é que podemos chamá-la assim. dizem os meios de comunicação é a participação do repórter na campanha do opositor do atual presidente do Atlético Paranaense. Se isso é verdade, está errado o jornalista. Jornalista não tem que tomar partido. A essência de sua profissão é relatar fatos simples assim.
Agora, isso não faz com que o presidente do Atlético, Senhor Mário Celso Petráglia esteja certo com tal arbitrariedade. Negar a um profissional o exercício da sua profissão é no mínimo ditatorial, e ninguém, em sã consciência em uma democracia pode se orgulhar de tal título.
O que estaria pensando Petráglia? Que a rádio irá dobrar os joelhos e mudar o setorista? Pode ser, dúvido, mas pode ser. Que o repórter irá se manifestar de maneira favorável a sua administração a partir de agora? Jeito estranho de começar um bom relacionamento.
No jogo dos excessos, todos perdem. Perde ainda mais o torcedor que fica sem a informação que lhe é cara. Perde o clube que vira sinônimo de antipatia para uma classe inteira e para todos os amantes da democracia. Perde o repórter que sem poder exercer de maneira completa sua profissão corre o risco do ostracismo. Perde o próprio Petráglia que fica a mercê do julgamento do campo, e o campo é traiçoeiro, nem sempre o melhor ganha, ainda mais quando o melhor nesse caso não se faz presente.
O ex-presidente era incompetente no que fazia e o resultado foi visto em campo. Mas sai as ruas e é no máximo chamado disso. Poucos não gostam da pessoa dele, apenas contestam sua administração.É visto, apesar de tudo, como alguém do bem.
Lamento a situação e estimo que o repórter consiga pelas vias da lei, se essa for a opção, recuperar o seu ganha-pão de maneira objetiva. Que o jogo do que foi dito fique restrito aos corredores da fofoca que há muito tempo é quem realmente divulga algo.
Ao repórter, minha torcida, vivemos muito tempo neste país discutindo o que podiamos ou não falar. Acho que deviamos viver outros tempos. Tempos de liberdade de expressão, e neste caso, de profissão.