Enfim, aquilo que não foi tão doce assim chegou ao fim. As eleições que grande parte da população simplesmente virou as costas e que outros tantos não concordaram com o resultado nos mostra algumas facetas incríveis da nossa sociedade, e acaba com um mito: não somos e talvez nunca fomos tão amáveis quanto nos vendíamos, não somos e talvez nunca fomos tão caridosos quanto nos vendíamos e também comprova uma tese encampada nas ruas: nossa educação é uma porcaria.
Como vivemos no Brasil, tudo se amplifica, mas não pense você que estamos sozinhos, pois não estamos. A disputa de ideias, a arrogância de classes, a falsa crença que alguns são superiores a outros estão presentes na maioria das sociedades ditas civilizadas. Não raro vemos casos de negros sendo estranhamente assassinados nos Estados Unidos, a Europa vive uma crise de xenofobia como nunca antes, em povos de outros países são banidos ou em alguns casos nem conseguem entrar, algo comum, que acontece, mas que nossos olhos e ouvidos são seletivos ao entender.
Criminalizar arrogância, ameaça ou preconceito utilizando-de das mesmas bases que os acusadores não nos faz melhores, não nos faz diferentes, só nos tira a troca de alvo. Apontar o dedo em riste e dizer que são melhores, mostra exatamente o que você não é. O dia a dia deve servir para apaziguar os ânimos dos diferentes mas não deve fechar a ferida. O gosto de sangue está na boca de muitos, e seja por comentários raivosos nas redes sociais, seja por posturas antidemocraticas ou ainda por um preconceitos centrados em valores irrisórios, muita coisa pode e com certeza, dará errado.
Não vejo com bons olhos a triste realidade que nos metemos, não pela luta de ideias, mas pela dificuldade em entendermos que houve uma derrota, a derrota deve ser sentida mas logo absorvida, e ponto. Ponto? Apesar dos 12 anos de PT, ainda se fala em um país comunista, em um golpe de Cuba que estaria inclusive colocando seus tentáculos no país. Não há racionalidade no discurso, mas ele, embutido do ódio que lhe é característico tem em seu corpo o medo.
Então amiguinhos, não há nada mais o que ser feito. Para aqueles que finalmente conseguirem entender que o jogo é esse, que as regras são estas, que por estas mesmas regras os dois lados ganharam, não iremos caminhar. Movimentos separatistas? Alguém aí está disposto a formar um exército paramilitar e tornar-se uma espécie de guerrilheiro, mesma alcunha que acusam o adversário? Estão dispostos a enfrentar momentos de guerra como o que vemos na Líbia ou na Ucrânia que com discursos separatistas e sob o signo de se “livrar da ditadura” lutam por sua unidade?
Acho que não… espero que não.