Sim, queridos amigos, o tema é clichê, mas o que seria da vida sem os clichês nossos de cada dia?! E vamos pensar: se é clichê você já deve ter ouvido essa parada trezentas milhões de vezes, e aí o que você fez a respeito? Nada! Aliás, pioramos para dedéu em tudo o que pudemos, em piorar, somos de uma competência, invejável.
Sabe aquela coisa que ateu chama Deus quando tá em perigo, isso aí, esse é o espirito. Pensa comigo, num daqueles exemplos que eu dou a cada novo texto, daqueles que você lê e pensa: cacete, isso nunca vai acontecer comigo. E aí a máxima: nunca, é muito tempo.
Está lá você, serelepe, pimposo, cheiroso e descobre que o seu filho quebrou o seu lindo, seu no caso, teu, vídeo game. Você estava quase passando de fase e… deu ruim, ele quebrou. Manja o esbregue (palavra mandiritubense que relata bronca exacerbada)? Nesta bronca você vai ressuscitar cada fantasma da vida do moleque, cada pequena caquinha será lembrada e não importa se você de fato já o perdoou ou não, se já deu bronca por estas caquinhas ou não… você vai lembrá-las.
Todo mundo de cara, todo mundo vai dormir e tcharãnnnnnnn….
Uma m… acontece, não importa a m…
Uma m… acontece e você teme nunca mais falar com o moleque, nunca mais vê-lo, teme que a sua última lembrança dele seja uma bronca por conta de um vídeo game. What? Sacou como o vídeo game ficou menor? Pequeno? Quase imperceptível? Clichês, meu nobre, clichês…
Eles são aquilo que deveríamos aprender, fazer e não esquecer. E isso tem muita relação com “a última vez”. A última chance. Amanhã? Não, amanhã não existe. Depois? Fantasia! O agora é sua única certeza. Nem no passado você pode confiar totalmente, sempre haverá um ministério da verdade, nem que ele esteja apenas na sua mente, para transformar tudo o que foi bom em bom demais, e tudo o que foi ruim em ruim demais. O agora. Só conte com ele.
E o agora é, desculpem-me a franqueza, um belo de um FDP. Isso, um FDP. Ele não te conta quando vai embora, quando vai acabar, quando chega a hora, ele simplesmente se vai. Não há tempo para soluços, não há tempo para lamentos, foi, acabou, já era. E qual “já era” ficou? A bronca imbecil? A traição? A beleza? O elogio sincero? A ajuda? Qual foi o seu último agora?
Agora mesmo… se aquela m… que falamos ali em cima chegar, como ela vai te encontrar? Que agoras você deixou? Terá lamentos sobre a sua última chance? Então, os convido a me enviarem dez reais cada, já que os bons conselhos devem ser cobrados, e este é bom, e sim, é um clichê: aproveite o traiçoeiro “agora”.
Dê o seu melhor. Faça a sua parte. Claro, condene o garoto, afinal ele estragou o seu vídeo-game, mas não deixe isso ser o seu último momento. Mostre, cobre, oriente, perdoe. Esse é o roteiro. Essa é a vida. E assim, quase impossível eu sei, mas vá lá, se mesmo que você seja o cara mais certo do mundo, o the best, o cheio de razão, o vítima de injustiça mor, não deixe que o seu “Agora” seja contaminado por isso. Perdoe. Afinal, nem sempre se terá uma outra chance, de se perdoar.
E por falar em clichês, liberte-se de alguns deles, entre eles aquele que diz:
A única certeza da vida, é a morte.
Nem sobre isso, a gente pode estar totalmente certo, Lázaro está aí, ou estava, para confirmar!