Desde muito pequeno aprendi noções do certo e do errado. Minha mãe me contou coisas que eu poderia e não poderia fazer e se mesmo assim a desafiasse, pois bem, que se enfrente as conseqüências.
Acompanhando os noticiários sobre a violência que assola a sociedade e mais especificamente a violência das torcidas nos clássicos e fico me perguntando: essa gente não tinha mãe? Não havia uma boa alma para lhes discernir o certo do errado?
Ou será que tiveram tudo isso e não passam de “retardados” sociais? (com todo respeito aos retardados que são muito superiores aos selvagens travestidos de torcedores).
Temos que levar em conta a formação da cada pessoa, as escolhas que cada um teve que fazer na vida para chegar até aqui, mas no caso dos “torcedores” não podemos atribuir exclusivamente a questão financeira as bobagens que cometem. Pois se podem pagar R$ 40 para ver um jogo de futebol, não podem ser de todo miserável, então temos que creditar a todos os problemas a falta de punição.
Fico igualmente chocado quando ouço pessoas de boa formação afirmarem que a solução de todos os problemas em clássicos seria as torcidas únicas, admitindo assim nossa incompetência na convivência em sociedade, tais como animais deveríamos ser trancafiados em nossas grades pessoais. Aí eu pergunto: por que não se proibir de vez a presença das torcidas? Ou a nossa preocupação é com a segurança do cidadão ou é com o dinheiro! Todos os problemas estariam resolvidos, não iríamos mais precisar de estádios monumentais, os treinadores não precisariam mais berrar a beira dos gramados, radical? Talvez, mas na minha humilde opinião é tão radical quanto a solução das torcidas únicas.
Há prejuízos em ônibus? Divida-se o valor nas passagens dos arredores dos estádios, por exemplo, a torcida do Coritiba no próximo jogo do time ao invés de pagar R$2,20 pagará R$ 5 pela passagem, e o mesmo se faça com as torcidas de Atlético e Paraná nos dias de seus jogos. Inocentes vão pagar? Sim! Mas ou a coletividade vence ou a bandidagem vence! Nos estádios, a partir do momento em que os causadores de tumultuo e aqueles que arremessam objetos no gramado começaram a ser responsabilizados individualmente pelos danos esse tipo de atitude diminuiu em 99%.
Há muitos pontos a serem considerados, mas me recuso a acreditar que países que lidavam com a violência como Alemanha e Espanha conseguiram acabar com o problema da violência nos estádios sem fazer distinção de torcidas e nós pelo único fato de sermos brasileiros não consigamos. Mas essa é apenas a minha opinião.
Ediney Giordani
é jornalista
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