Fiat Lux

Dizem que o oposto da luz são as trevas.
São inimigos mortais e não podem conviver no mesmo ambiente.
Se há luz, não há trevas e vice e versa.

Lembra daquele filme dos anos 90 em que o casal só pode se ver quando o sol e a lua estão juntos no céu.

Com a luz e a treva nem isso é possível.
Uma é totalmente diferente da outra e isso pode ser extremamente perigoso.

Enquanto a luz demais pode cegar, levando a pessoa a treva.
A treva pode aconchegar, afastando a pessoa da luz.

Tem gente que é luz.
Incomoda pelo simples fato de existir.
Tem gente que é treva, e não incomoda, atrai.

É estranho, é paradoxo, é verdade.

A treva é acalenta. Fala o que você quer ouvir. Quer permanecer em você e com você.
A luz ao contrário quer sair. Quer te levar junto, é verdade, mas quer ser dividida.

Enquanto a primeira não se preocupa com a existência da treva, afinal, quando ela chega, a outra se vai.
A segunda quer o mesmo sempre, quer ficar ali, quietinha. Não quer se expor. Quer existir como um parasita que é.

Mas afinal, o que é luz? O que é treva?

Pensa assim.
Luz é aquilo que te movimenta. Que tira do estado de inércia.
Pode ser um pensamento, um estímulo, um amigo, um sorriso, um momento.

Treva é ao contrário. Te prende. Faz você olhar o mundo pelos olhos encobertos.
Você vê o sol, o pássaro cantando, a flor desabrochando e só consegue pensar em como está atrasado ou como a roupa te fará sentir calor.

No último filme da Marvel, que confesso não gostei muito, há uma analogia muito forte para a treva, o “Void”. O vazio. Aquele que faz você desaparecer. Aquilo que te consome e te conforma aos poucos até que nem mesmo você lembra do que te faz ser você.

Todos temos momentos Luz e momentos Treva.
Isso é normal.

O que é essencial de verdade é ser luz para os outros.
Quando se é luz para outrem, a luz mora em você.
E como já disse… se há luz…

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