Hoje uma cidade que mora no meu coração, e que por muitos anos morei nela, Mandirituba, completa idade nova. Uma cidade ordeira, uma cidade de gente simples, que tem na agricultura seu braço forte. Tive o prazer de conviver, viver e servir o povo de Mandirituba. Foi lá que comecei minha vida no rádio, foi lá que lancei meu primeiro jornal, foi lá que estudei o primeiro e o segundo graus do Colégio Joaquim de Oliveira Franco. Servi Mandirituba no gabinete dos prefeitos Chimim e Palú e em grupos de jovens em Mandirituba, Areia Branca, Espigão das Antas e na Pastoral da Juventude. Na cidade retomei os festivais de música, ajudei na concepção do teatro central, fiz shows beneficentes, apresentei de posse de prefeito a festa de 15 anos. E eu adorava tudo aquilo. A carreira me separou da cidade, mas deixou em mim as lembranças de uma grande cidade, de um grande povo.
Mandirituba sempre foi o coração pujante da região metropolitana de Curitiba, não buscava ser a maior, mas sim, a melhor. O que é totalmente diferente. Exemplos não faltam para esta afirmação: Quantas cidades da RMC, você conhece que tem 3 amplos teatros a disposição da população? Quantas cidades você conhece tem um hospital completo a disposição da população? Quantas cidades você conhece tem no coração da sua praça uma obra de arte? Poucas (para não dizer nenhuma), e isso atesta o espírito inovador da cidade.
Mandirutuba é uma cidade religiosa, tem feriado católico, caminhada evangélica e acima de tudo um profundo respeito a todas as religiões. Não é incomum ver evangélicos ajudando católicos ou católicos ajudando evangélicos, as diferenças ficam nas crenças mas não tem vez no trabalho solidário.
Me dirão os leitores que me dão o prazer na audiência: – essa cidade só tem virtudes? Não!
Ela tem muitos problemas, as estradas poderiam ser melhores, o distrito de Areia Branca poderia ser melhor atendido pelo poder constituído, ainda há uma escola rural, os salários dos servidores estão defasados e a política ainda tem tons mais vaidosos do que serventis, mas apesar disso há população lutadora e dissonante de tudo isso.
Há na população de Mandirituba uma latente vontade de crescer, melhorar, ajudar. Conheço dezenas de pessoas que moravam em casas paupérrimas, e que com a força do trabalho prosperaram. Conheço pessoas muito ricas na cidade que encontramos fazendo churrasco nas festas de igreja, organizando eventos solidários. Conheço empreendedores, inovadores, corajosos.
Quando lembramos de pessoas, lembro da Mariana da Abai e do Fernando dos Meninos de 4 Pinheiros. Para quem é da cidade, estes nomes lhes são conhecidos, para quem não é, vale um breve resumo. Eles dedicaram a vida deles a caridade. Simples assim.
A cidade em que as crianças conhecem o hino, a cidade em a população recebe benesses e cobra atitude do poder constituído, uma cidade em que o melhor está sempre por vir, faz aniversário. A cada aniversário fica a esperança da coalizão contra a disputa. Que a volta ao passado remonte apenas a história e não uma esperança do futuro. Na cidade em que alguns jovens podem demorar cerca de 3 horas para ir e voltar de Curitiba deve haver a renovação política, para só assim, haver futuro próspero para uma gente próspera! Afinal, Mandirituba merece!