Poucas coisas me revoltam mais que casos como este, um homem, trabalhador, não deve satisfações da sua vida a ninguém salvo sua consciência, é agredido física e verbalmente por mauricinhos, canalhas, covardes, travestidos de estudantes de medicina.
Eles são muito bem resolvidos financeiramente, tem dinheiro para pagar um ótimo advogado que certamente conseguirá na justiça uma liminar que os reintegre as aulas em sua universidade, em um futuro próximo eles se formarão, atenderão em luxuosos consultórios ou até mesmo no famigerado, porém necessário, SUS, e certamente creditarão ao sistema de saúde brasileiro o péssimo atendimento.
Esses alunos contam com um aliado poderoso, o tempo. Sim, daqui seis meses, o pobre Geraldo continuará trabalhando e ganhando o miserável salário que ganha. Os alunos, se condenados, prestarão serviço comunitário, mas como são primários, algumas cestas básicas irão resolver o problema.
No Brasil as coisas são assim, temos leis e mais leis para defender tudo e todos, mas elas funcionam apenas para aqueles que podem pagar para usufruir dessas leis. O seu Geraldo por exemplo, fica a mercê da boa vontade e por que não dizer da sorte.
Sim, ele nada tem na vida, até mesmo sua indignação é tímida, sua cobrança certamente será acanhada, até que tudo se perca na imensidão do calendário.
Os estudantes que convenientemente não tem seus nomes divulgados, serão chamados de doutores enquanto seu Geraldo, já velhinho espera em uma fila qualquer do sistema público de saúde para ser atendido. Quem sabe seu Geraldo leve a sorte ou o azar de ser atendido por um dos três, aí, esperamos que não haja tapetes nas salas.