Você pode ou não falar tudo aquilo que pensa? Em teoria, pode. Mas não deve! Em Curitiba, por exemplo, houve pelo terceiro ano consecutivo a proibição da marcha da maconha, os idealizadores da marcha agora vão promover a marcha da Liberdade de Expressão. Tema espinhoso, mas vamos lá!
Drogas, tem gente que usa, tem gente que não usa. Tem gente que vicia, tem gente que não vicia. Recentemente o ex-presidente Fernando Henrique afirmou que era a favor da liberação. Liberdade de expressão? Sim. Proibir a marcha é contra a liberdade de expressão? Acho que sim também, mas vamos lá!
Drogas: somente as pessoas que já tiveram em suas famílias pessoas dependentes químicas podem opinar sobre o tema. Famílias e mais famílias destruídas pelo vício. Famílias que viram a maconha servir apenas de porta de entrada para o crack, cocaína e daí para crimes é um pulo. Qualquer tipo de propaganda das drogas deveria ser proibida, sim também, mas vamos lá!
Dizia minha mãe que de boas intenções o inferno pavimentou suas ruas. Não seria a proibição dessa marcha em nome de um bem maior um pouco dessa pavimentação? Ao abrir a exceção de uma marcha contra a maconha não estaríamos abrindo mão de outras “opiniões”? Hoje não se pode falar sobre a maconha, amanhã não se poderá protestar a favor ou contra a pena de morte, no outro dia quem sabe se proibirão as manifestações contra a corrupção.
Entendo como justa a preocupação da sociedade contra o uso indiscriminado das drogas. Entendo e concordo com o potencial destrutivo delas. Mas acredito ainda mais na justiça social e na educação das escolas e em casa como forma de combater as drogas do que formar simplistas de censura que incitam o proibido e afasta da mesa um debate sério sobre este e outros temas.