Tem um antigo ditado que dá conta da inveja humana.
A grama do outro é sempre mais verde.
Outro dia estava vendo um filme Amor por contrato com Demi Moore e David Duchovny e deixa muito latente essa situação. Com o objetivo de criticar o consumismo norte-americano, a película retrata uma família fake, formada por atores que tem o único objetivo de despertar o desejo da sociedade (rica) ao seu redor para os objetos de consumo. Os Jones, eram a olhos desavisados a família perfeita.
Observe que eu já escrevi que as famílias já eram ricas, ou seja, já tinham acesso ao melhor e ainda assim: a grama do vizinho era mais verde.
Então, não temos aqui uma questão social envolvida. Pobre inveja. Rico inveja. É democrático.
Outra história que me fez pensar. Um amigo certa feita me contou que quando tinhas 10 anos, ele e o irmão mais velho (12) ganharam do Papai-Noel uma bicicleta cada. Ambas estavam embaladas para presente. Uma era azul, outra vermelha.
Abriram ao mesmo tempo. Um dos irmãos ficou super feliz com sua bicicleta vermelha, o outro começou a chorar porque não tinha gostado da sua azul. Vendo a infelicidade do irmão, o que estava feliz trocou sem pormenores a sua bicicleta vermelha pela azul. Continuava feliz. O irmão, que agora tinha o que queria, não.
O que incomodava não era a cor da bicicleta, era que a felicidade que o irmão estava demonstrando era algo que não podia alcançar. A grama do vizinho é sempre mais verde.
Outro dia uma pessoa próxima a mim comprou um carro zero. Estava feliz? Sim. Mas só até ver que outros amigos tinham carros automáticos, velhos, mas automáticos, enquanto ele tinha um zero, mas manual. Perdeu dinheiro e comprou um usado, velho, automático. A grama do vizinho é sempre mais verde.
Basicamente nossa vida é assim. Invejamos, queremos, cobiçamos outras coisas. Mas será que invejamos as coisas ou a felicidade que imaginamos que elas tragam para os outros?
Não sei.
O que sei é que sempre que colocarmos nossa felicidade na mão dos outros, nas coisas materiais, seremos infelizes. Pois nunca teremos tudo. Nunca seremos tão bom quanto achamos que o outro é.