Estamos em época de eleições, e é nesta época que o efeito torcedor fanático se mostra a alguns homo sapiens modernos. Todos defendem o seu candidato, o seu ponto de vista como se isto fosse lhes garantir uma vitória retumbante sobre o outro, quando na verdade o que está em jogo é o futuro da cidade e não uma vitória pontual.
Em Curitiba, vivemos a eleição mais suja de que eu, com meus 30 anos, já vi. Panfletos apócrifos para cá, acusações para lá, pesquisas contestadas sendo divulgadas, pesquisas sendo impugnadas e no meio dessa barbárie eleitoral toda fica o eleitor, na minha opinião, o único culpado. Abro um parênteses para responder aos que pensam que a culpa é dos governos que não dão educação; etc, etc, etc, sim é verdade, mas isso não os exime da culpa.
Enfim, enfrentamos o caos na administração pública, denúncias de corrupção, e o alto poderia econômico sendo posto a prova. Nas ruas a guerra dos chamados cavaletes, que já deveriam estar extintos desde que nasceram. Pessoas recebendo R$50 dia para segurar bandeiras de candidatos que nem mesmo apoiam.
Em épocas eleitorais vivemos outro fenômeno: o esquecimento coletivo. Não importa muito o que os caras fizeram, importa se tem uma carinha bonitinha no vídeo, se os recursos gráficos são bonitos, se o programa eleitoral é bem feito, e no caso de Curitiba, importa também não falar dos problemas da cidade. Uma espécie de pacto contra todos que mesmo tendo razão apontam os defeitos da cidade.
Nesta época também encontramos várias pessoas pedindo perdão e dizendo que não participaram e não sabiam de nada, caso dos vereadores da câmara municipal, e aqui faça-se justiça que nem todos participaram das maracutaias capitaneadas pelo senhor Derosso, mas em época de eleições é como se ninguém tivesse participado, todos somem.
Temos 32 dias de campanha eleitoral pela frente. Temos muita demagogia para ouvir e ver, temos muitos cavaletes que serão destruídos e atrapalharão nosso trânsito e visão e mais do que tudo, temos muito Engov na farmácia para aguentar tudo isso.
Cabe o pedido de sempre, ignorado como sempre: para votar, compare, faça ponderações, não perdoe quem teve a chance de fazer e não fez. Se ele não fez antes, não fará agora, é mais uma chance que você dará para ser enganado. Ficha Limpa é indispensável.
E como último pedido: se votar errado, pelo amor de Deus, cale a sua boca em suas reclamações. Fique horas nos postos de saúde calado, não importa quanto esteja doendo. Se você tomar chuva nos pontos de ônibus, se ficar apertado tal qual uma sardinha nestes mesmos ônibus, sofra calado. Se for assaltado, sua casa for invadida ou que Deus nos livre, alguém da sua família sofrer com arma de fogo, matenha a boca fechada. Tenha um pouco de dignidade por você mesmo e arque com as consequências do seu próprio erro.